sexta-feira, 16 de maio de 2014

A importância das atividades lúdicas no processo de alfabetização e letramento dos educandos do 1º ano do ensino fundamental


A alfabetização é a fase em que inicia o processo de formação intelectual e pessoal da criança, e começa na escola. Por isso, esse período não deve ser caracterizado apenas como mais uma etapa de sua vida. As salas devem sempre ter novidades para estimular os alunos. O professor deve ser dinâmico. Deste modo, terá mais facilidade em trabalhar com o lúdico,  instrumento que serve para estimular o ensinar e o aprender. Estas atividades jamais devem ser deixadas de lado pelo docente alfabetizador.

A escola deve facilitar a aprendizagem, utilizando-se de atividades lúdicas que criem um ambiente alfabetizador para favorecer o processo de aquisição da autonomia da aprendizagem, pois as atividades lúdicas facilitam para a criança o progresso de sua personalidade integral.
           
Assim, esta pesquisa tem por objetivo refletir a importância da ludicidade na prática pedagógica como facilitadora de processo ensino e aprendizagem na alfabetização. 

Ao utilizar os jogos no processo de alfabetização é possível alcançar inúmeras ações que possibilitam uma aprendizagem eficaz, como evidencia a pesquisa de Queiroz (2003). O jogo pode se extremamente interessante como instrumento pedagógico, pois incentiva a interação e desperta o interesse pelo tema estudado, além de fomentar o prazer e a curiosidade.

Os jogos auxiliam na educação integral do indivíduo, pois podem dar conta de uma manifestação sócio-histórica do movimento humano, oportunizando as crianças a investigar, problematizar as práticas, provenientes das mais diversas manifestações culturais e presentes no seu cotidiano, tematizando-as para melhor compreensão.

É fundamental ter consciência de que o jogo fornece informações a respeito da criança, suas emoções, a forma de interagir com seus colegas, seu desempenho físico motor, seu estágio de desenvolvimento, seu nível linguístico, sua formação moral. Divertindo-se, a criança aprende a se relacionar com os colegas e descobrir o mundo à sua volta.

 Com a divulgação dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) do Ensino Fundamental na Área de Língua Portuguesa, destacou-se, no âmbito da educação, uma grande preocupação com a dificuldade de leitura e escrita nas séries iniciais devido a um trabalho inadequado com a alfabetização.

A linguagem passou a ser vista como um elemento de comunicação e não de discriminação. Assim, não é mais valorizada uma única linguagem padrão ou culta como elemento de produção oral e escrita. O universo linguístico dos alunos começou a ser respeitado, já que seus conhecimentos e expressões são anteriores ao ingresso na escola.

A utilização de jogos e textos variados podem se tornar excelentes recursos para a participação, integração e comunicação dos alunos que, por certo, terão meios para compreender e expressar-se bem, inclusive na língua padrão, após o domínio de diferentes linguagens e instrumentos textuais. Nesse sentido, conforme adverte Santos (2000, p. 37), o jogo na escola


Ganha espaço, como ferramenta ideal da aprendizagem, na medida em que propõe estímulo ao interesse do aluno, desenvolve níveis diferentes de sua experiência pessoal e social, ajuda-o a descobrir novas descobertas, desenvolve e enriquece sua personalidade e simboliza um instrumento pedagógico que leva ao professor a condição de condutor, estimulador e avaliador da aprendizagem.


Compreende-se, dessa forma, que o jogo é importante e necessário para o desenvolvimento intelectual e social da criança, estimulando sua criticidade, criatividade e habilidades sociais. Portanto, ao utilizar-se de atividades lúdicas, o professor propicia ao aluno oportunidade de integrar-se por meio da Língua Portuguesa de forma dinâmica, interpretando texto, expondo ideias e, ao mesmo tempo, explorando seus conhecimentos por outras áreas.

Neste sentido, considera-se que determinados objetivos só podem se conquistados se os conteúdos tiverem um tratamento didático específico, ou seja, se houver uma estreita relação entre o que e como ensinar. Mais do que isso: parte-se do pressuposto de que a própria definição dos conteúdos é uma questão didática que tem relação direta com os objetivos colocados, bem como com as propostas curriculares.
A ludicidade é uma necessidade do ser humano em qualquer idade e não pode ser vista como apenas diversão. O desenvolvimento do aspecto lúdico facilita a aprendizagem, o desenvolvimento pessoal, social e cultural, colabora com uma boa saúde mental, facilita os processo de socialização, comunicação, expressão e construção do conhecimento.

O profissional envolvido com jogos e brincadeiras no ambiente escolar deve estar preparado para atuar como animador, mas também como observador e investigador das relações e acontecimentos que ocorrem na sala de aula. Para uma tarefa dessa dimensão social, o professor necessita de uma formação sólida, fundamentada em três pilares: ”formação teórica, pedagógica e pessoal”. Desse modo, é preciso que o educador tenha uma base teórica para que possa sustentar a aplicação do lúdico.

A formação lúdica de professores é, hoje, uma preocupação constante para aqueles que acreditam na necessidade de transformar o quadro educacional presente, pois da forma como se apresenta fica evidente que não condiz com as reais necessidades dos que procuram a escola com o intuito de aprender o saber, para que tenham condições de reivindicar seus direitos e cumprir seus deveres na sociedade.

O professor é a peça chave desse processo, e deve ser encarado como um elemento essencial e fundamental. Quanto maior e mais rica for a sua história de vida profissional, maiores serão as possibilidades de desempenhar uma prática educacional consistente e significativa. Desse modo, Nóvoa (1991, p. 34):

Não é possível construir um instrumento pedagógico para além dos professores, isto é, que ignore as dimensões pessoais e profissionais do trabalho docente. Não quer dizer, com isto, que o professor seja o único responsável pelo sucesso ou insucesso do processo educativo. No entanto, é de suma importância sua ação como pessoa e como profissional.


Nessa perspectiva, o jogo, sob a ótica do brinquedo e da criatividade, deverá ter maior espaço e ser compreendido como um importante instrumento no processo educacional. Assim, na medida em que os professores compreenderem melhor sua capacidade potencial, poderá contribuir com o desenvolvimento da criança.

É importante destacar que os jogos e as atividades lúdicas, ao serem utilizadas pelo educador no espaço escolar, devem ser devidamente planejados. Nesse enfoque, Antunes (1998, p. 37) destaca que:

Jamais pense em usar jogos pedagógicos sem um rigoroso e cuidadoso planejamento, marcado por etapas muito nítidas e que efetivamente acompanhem o processo dos alunos, e jamais avalie qualidade do professor pela quantidade  de jogos que emprega, e sim  pela qualidade dos jogos que se preocupou em pesquisar e selecionar.


O planejamento é essencial para o sucesso de um projeto. Cada atividade deve ser articulada com outras para que a aprendizagem se dê progressivamente.  Assim, ao incluir no planejamento uma atividade lúdica, o professor deve adequar o tipo de jogo ou outra atividade lúdica ao seu público e ao conteúdo a ser trabalhado, para que os resultados sejam satisfatórios e alcance os objetivos propostos.

O professor deve ter objetivos pedagógicos que norteiam o uso das atividades lúdicas no processo de alfabetização: brincar por brincar pode ser divertido, mas não necessariamente contribui para o processo de ensino e aprendizagem. Cabe ao professor focalizar, a cada momento e com estratégias específicas, o que interessa para cada turma.

Uma aula com características lúdicas, além de jogos e brincadeiras, precisa muito mais de uma atitude do educador: educar os educandos, provocando uma mudança cognitiva e, principalmente, afetiva para que interaja em sala de aula. O educador deve aguçar a curiosidade da criança com os desafios do mundo, viagens pela imaginação, moldar e dar a forma aos diferentes elementos que podem ser transformados em brinquedos.

Loriane Maria Casalini Sulzbach - Aluna do Curso de Pós-Graduação Lato Sensu em Alfabetização da Universidade de São Paulo (UNICID).
Artigo apresentado ao Curso de Pós-Graduação Lato Sensu em Alfabetização da Universidade de São Paulo (UNICID), como requisito parcial para a obtenção do título de Especialista em Alfabetização.

Endereço do conteúdo: www. ijui.com/artigos



Um comentário:

  1. E essencial que o profissional da educação trabalhe o lúdico com os alunos, pois através da mesma se dá o raciocínio lógico muito além do esperado para sua idade, colocando também que ao brincar a criança é libertada de limitações da realidade, onde muitas vezes seu tempo é preenchido por vários compromissos, por isso é fundamental que o professor tenha consciência de que propiciar o lúdico estará unindo o útil ao agradável, ou seja a criança estará incutindo conhecimentos, fazendo o que mais aprecia, isso´irá facilitar também um desenvolvimento saudável, pois em meio a brincadeiras o aluno estará em constante interação, aprendendo a conviver com o próximo.

    ResponderExcluir